quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Desonra

Não há prosa que chegue
para seu alfabeto de flechas,
cada linha vazia
se curva num arco,
rimador em pele de arqueiro
mira o pé da letra,
não fere o tronco,
acerta o fruto,
maldito fruto: a palavra
que desonrado sangra.
Carnes rijas, fortaleza seca,
sem sementes, reage, incisivo,
mostrando os dentes,
treme em estalos, esforço vão:
perece no galho e ninguém colhe,
morre de capricho, de engano, sem razão.

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