domingo, 27 de janeiro de 2008

Divisível

Conheço-lhe ao meu possível:
o teu recorte.
Entrego-lhe
Razões,cartas
E minha sorte.
Tenho-lhe
Como um sonho,um segredo,
Um atalho,
Meu desmaio.
E de tuas verdades sinuosas:
Mundos infinitos,
Sou visitante,
Sou teu instante,
Divisível,insensato.

Matei uma idéia

Matei uma idéia
E meu infinito se partiu em dois,
Em dois mundos obscenos.

Matei uma idéia,
Despedacei meus dentes de cristal
E meus olhos de metal.

Matei uma idéia,
Misturei efeitos
De imperfeição imediata.

Matei uma idéia,
Anulei núcleos
De belezas ingênuas.

Matei uma idéia
E fiquei preocupada,
Pois não sabia
Que eu também jorrava
de sua artéria cortada.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Monumento

Refugiei-me num lugar minúsculo
Onde havia um velho torto,
Onde pela primeira vez
Eu vi um cavalo morto,
Morto, porém mais parecia
Um monumento erguido
Na estrada de chão.
E por um momento
Aquela morte notável, bela
Fez parte de mim.